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Estudo da UFC realizado durante a pandemia segue como marco referencial sobre os sintomas da doença

Data da publicação: 30 de novembro de 2023 Categoria: Notícias

Com o aumento de diagnósticos de covid-19 no Ceará durante o mês de novembro, a Secretaria da Saúde do Ceará (SESA) voltou a reforçar recomendações para prevenir e conter o avanço de novos casos e o agravamento da doença nos grupos mais vulneráveis, como os idosos.

Imagem: Profissional da saúde, usando máscara, carrega seringa com dose de vacinaReforço com a vacina bivalente, uso de máscara e atenção ao aparecimento de sintomas são recomendações da SESA para contornar a recente onda de contaminações com subvariantes do coronavírus (Foto: Viktor Braga/UFC)

 

Desde seu surgimento, o coronavírus tem sofrido sucessivas mutações, combatidas pelas novas versões das vacinas. Disponível desde fevereiro deste ano no Ceará, a chamada vacina bivalente conta com cepas atualizadas para proteger a população de variantes do vírus, incluindo as sublinhagens da variante Ômicron (a exemplo da Éris).

A vacina bivalente deve ser tomada no mínimo quatro meses após a última dose. Pacientes com sintomas gripais leves podem tomá-la normalmente; no caso de sintomas graves, recomenda-se buscar atendimento médico e esperar pelo menos 30 dias para receber a vacina.

A observação de sintomas segue como um cuidado importante no controle da covid-19. Durante a pandemia, em 2021, um estudo feito por uma equipe de pesquisadores da Faculdade de Medicina da UFC, do Hospital São José de Doenças Infecciosas, do Laboratório Central (LACEN-CE) e do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (HEMOCE) avaliou alguns fatores biológicos em indivíduos acometidos pela doença.

Os resultados contribuíram para apontar quais sintomas eram predominantes em casos leves ou moderados de covid-19 e, portanto, para revelar que pacientes com a doença possuem perfil diferente daqueles acometidos por outras síndromes gripais. Os resultados também mostraram que a monitorização de determinados marcadores em pacientes com quadros de leve a moderado de covid-19 pode ajudar a estabelecer estratégias adequadas de tratamento e prevenção.

METODOLOGIA – O estudo foi liderado pelo Prof. Aldo Ângelo Moreira Lima, da Faculdade de Medicina da UFC, que comandou a equipe de mais 12 pesquisadores envolvidos na execução. No Hospital São José, os médicos convidaram adultos que estavam se sentindo doentes, com sintomas semelhantes aos de uma gripe, para participar do estudo. Eles analisaram se essas pessoas tinham dor de garganta, coriza, tosse, diarreia, febre ou até mesmo sintomas como dor de cabeça, perda do paladar e perda do olfato por até uma semana.

Os pacientes que tinham esses sintomas foram aceitos no estudo. Eles relatavam que tinham algum desconforto ao respirar, mas seus níveis de oxigênio no sangue estavam acima de 95%, conforme mostraram os exames.

Febre foi o sinal mais observado, pois 61% dos pacientes positivos para covid-19 estavam febris. Perda de olfato e paladar, assim como dores musculares foram relatadas por 39% e 77% desses pacientes respectivamente. Todos esses sintomas foram significativamente mais presentes em pacientes com covid-19 do que nos demais pacientes sintomáticos com resultado negativo para a doença, dos quais 77% relataram dor de garganta.

Isso mostra que os sintomas da covid-19 diferiram daqueles relatados por pacientes com outras síndromes gripais na população da pesquisa. Esses dados foram publicados em revista internacional de acesso público pelo DOI:10.31488/EJRM.122.

SISTEMA DE DEFESA – Durante o estudo, os pacientes também tiveram coletadas amostras de sangue para que pudesse ser feito um retrato dos indicadores inflamatórios envolvidos com a sintomatologia relatada. Esses indicadores são chamados biomarcadores e são moléculas liberadas por células do nosso sistema natural de defesa. Dos 10 biomarcadores avaliados entre pacientes sintomáticos, com ou sem covid-19, os biomarcadores IL-6 e IL-10 estavam aumentados apenas nas amostras dos pacientes positivos para o então novo vírus.

Os biomarcadores IL-6 e IL-10 são tipos de substâncias em nosso corpo com papel importante durante infecções. A IL-6 ajuda a ativar o sistema de defesa quando estamos doentes, trazendo células de combate para a área afetada. No entanto, quando há muita IL-6, isso pode causar problemas sérios, como um sistema imunológico superativado.

Por outro lado, a IL-10 ajuda a manter o equilíbrio no sistema de defesa, agindo como um freio nas respostas inflamatórias. Quando esse freio não funciona bem, a doença pode piorar. Além disso, essas substâncias também podem fazer com que mais células de defesa sejam recrutadas para áreas de inflamação, o que pode causar danos em diferentes partes do corpo.

O estudo foi defendido publicamente como tese de doutorado em Ciências Médicas por Rafhaella Gondim em 2022.

Fonte:  https://www.ufc.br/noticias/18399-estudo-da-ufc-realizado-durante-a-pandemia-segue-como-marco-referencial-sobre-os-sintomas-da-doenca

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